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Saúde mental na velhice e meditação: aprenda a meditar e ter mais qualidade de vida

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Não são poucos nem apenas recentes os estudos que comprovam como a meditação pode aumentar a eficiência do cérebro. Diversas pesquisas científicas têm demonstrado os efeitos positivos da meditação em várias áreas da saúde, incluindo a saúde mental, cardiovascular e imunológica. 

Em particular, já se constatou que a prática da meditação tem efeitos importantes até na luta contra o câncer. “O homem carrega no seu código genético informações de doenças que eventualmente causem sua morte,” afirma o Dr. Paulo de Tarso Lima. 

“Mas pode-se ter a característica genética da doença e não desenvolvê-la. Isso depende da qualidade de vida. Comer bem, respirar melhor, praticar atividades físicas, lúdicas e contemplativas (como a meditação) são fatores impactantes no nosso bem-estar e, consequentemente, na resposta do corpo às doenças,” continua o médico responsável pelo grupo de Medicina Integrativa do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein.

O Dr. Paulo de Tarso Lima também destaca que a meditação pode influenciar positivamente a maneira como o corpo reage ao estresse, diminuindo a produção de hormônios como o cortisol, que em excesso pode enfraquecer o sistema imunológico e aumentar a suscetibilidade a doenças. 

Além disso, estudos têm mostrado que a prática regular da meditação pode melhorar a qualidade do sono, reduzir a pressão arterial e até mesmo aumentar a longevidade. A capacidade da meditação de promover um estado de relaxamento profundo ajuda a reduzir a inflamação crônica, que está associada a várias doenças graves.

O impacto da meditação na neuroplasticidade do cérebro – a habilidade do cérebro de reorganizar-se formando novas conexões neurais ao longo da vida – também é uma área de intenso interesse. 

Pesquisas indicam que a meditação pode aumentar a densidade da matéria cinzenta em áreas do cérebro associadas à memória, empatia e estresse, potencialmente retardando o declínio cognitivo relacionado à idade. 

“Comer bem, respirar melhor, praticar atividades físicas, lúdicas e contemplativas (como a meditação) são fatores impactantes no nosso bem-estar e, consequentemente, na resposta do corpo às doenças,” reitera Dr. Paulo de Tarso Lima, enfatizando que uma abordagem holística à saúde é fundamental para prevenir doenças e promover a longevidade.

Estas descobertas destacam a importância de integrar práticas como a meditação no nosso dia a dia para melhorar a saúde e a qualidade de vida. A adoção dessas práticas não só contribui para o bem-estar mental e físico, mas também oferece uma ferramenta poderosa para combater doenças e promover uma vida mais longa e saudável.

Com o respeito da ciência, hoje a meditação já é admitida em hospitais e aplicada como técnica complementar aliada a tratamentos médicos em várias áreas da saúde. “É uma ferramenta que convida o paciente a fazer a sua parte no tratamento, num gesto de autocuidado fundamental para completar a eficiência das tecnologias curativas do nosso tempo”, afirma Stephen Little, responsável pelo ensino de ‘Redução de Stress e Autocuidado com a Prática de Atenção Plena’ na equipe de Medicina Integrativa no Centro de Oncologia e Hematologia, do Hospital Albert Einstein. 

Algumas informações complementares sobre o estado meditativo

Os primeiros estudos sobre o efeito dessa prática contemplativa no funcionamento de cérebro surgiram no século passado. O interesse se intensificou a partir de 1970. Foi quando o Dr. Robert Keith Wallace, da Universidade da Califórnia, comprovou que o estado meditativo, mesmo em praticantes recentes, já propiciava alterações positivas no padrão de ondas cerebrais durante a meditação, além de aumentar o equilíbrio no consumo de oxigênio e no controle da frequência cardíaca.

Hoje, universidades de ponta como Harward, Wisconsin e Califórnia dedicam tempo e dinheiro ao assunto. No Brasil, um estudo do Instituto do Cérebro, do Hospital Albert Einstein, com a colaboração da Universidade Federal de São Paulo e do King’s College de Londres, investiga justamente como a meditação atua no cérebro em tarefas que exigem  atenção. 

“Cento e dez voluntários passaram por testes psicológicos e exame de ressonância magnética funcional antes e depois de um retiro de meditação. Além deles, um grupo controle não participou do retiro. Verificamos que para ter o mesmo desempenho no teste de atenção, os não-meditadores precisaram recrutar mais áreas cerebrais que aqueles que praticavam meditação regularmente”, explica a Dra. Elisa Kozasa, coordenadora do estudo.

Trabalhos anteriores realizados pela Universidade de Wisconsin demostraram que monges que meditam há muitos anos têm a habilidade de gerar por longos períodos ondas do tipo gama, também conhecidas como de alta frequência, relacionadas a um estado elevado de atenção contínua. 

Eles ainda se mostraram capazes de, durante a meditação, ativar mais áreas cerebrais relacionadas à atenção do que não meditadores, conclusões apoiadas em exames de ressonância magnética funcional.

A quietude ajuda a promover o equilíbrio mental e a tomar decisões conscientes. “A meditação nos permite escolher”, sintetiza Elisa. “Quando você está dominado pelos pensamentos, perde a liberdade. Trazer a mente para um estado de quietude promove o equilíbrio necessário para se elaborar decisões conscientes. Meditar nos ajuda a desligar o piloto automático. Pode ser um caminho para se tornar uma pessoa melhor”, conclui a doutora, que faz questão de acrescentar que o processo exige disciplina, constância e treino.Gostou do nosso artigo? Continue nos acompanhando em nosso portal!



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