Meditar depois dos 50 melhora o raciocínio

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Que a meditação é uma prática altamente indicada para diminuir estresse, ansiedade e dar uma organizada nas ideias, isso é um fato mais do que comprovado pela Ciência. Mas será que meditar pode trazer benefícios específicos para pessoas com mais de 50 anos que desejam envelhecer bem?

As notícias são animadoras. Segundo o Dr. Roberto Cardoso, membro fundador do Núcleo de Medicina e Práticas Integrativas (NUMEPI – Unifesp), alguns estudos têm indicado um provável efeito da meditação na “redução do declínio cognitivo”. Ou seja, as capacidades de raciocínio não decaem tanto em idosos meditadores, mesmo naqueles que já começaram a meditar após os 50 anos.

Além dos benefícios que a meditação traz para todos, a prática regular reduz as queixas relacionadas ao sono na terceira idade e ainda estimula estruturas relacionadas à memória: parece que meditadores têm um aumento da população neuronal do hipocampo, uma região que costuma ter redução da população dessas células em idosos com Alzheimer. “Isso permite, ao menos, inferir que a meditação poderia reduzir a chance desta doença. Mas outros estudos são necessários para confirmar isso”, sublinha o estudioso.

Dentre tantos jeitos de silenciar a mente, qual é a técnica mais adequada depois dos 50 anos?

Para idosos (principalmente após 60 anos), parece que a longevidade seria melhorada mais por técnicas de atenção focada (tipo meditação transcendental), enquanto a flexibilidade cognitiva seria mais beneficiada por técnicas mais subjetivas (tipo mindfulness).

De acordo com o especialista, pode ser interessante apostar na “progressiva utilização da âncora”, o que implica iniciar com técnicas mais focadas, por exemplo, na respiração, e progressivamente evoluir para técnicas mais subjetivas. Você também pode começar com cinco minutos diários de prática e depois ir aumentando gradativamente a duração.

Manter uma rotina de meditação fortalece o vínculo com a prática

Nem sempre é fácil manter uma rotina de meditação. Então, para não desistir dela, crie um ritual. O mesmo cômodo da casa, a mesma poltrona, alguma foto (ou quadro, ou imagem) que inspire você a meditar. E, quando possível, conte com um instrutor nas primeiras 12 semanas, período em que o hábito é “instalado” na nossa mente. Outra possibilidade, é praticar em um grupo, que pode se encontrar uma ou duas vezes por semana, enquanto você complementa com a prática domiciliar diária.

Principalmente, tenha disciplina. Se você dispõe de um método sem custo, e com tantos benefícios, por que não utilizá-lo? Aliás, isso rende uma importante reflexão: o que você está disposto a fazer por você mesmo e o quanto está disposto a assumir a responsabilidade sobre a sua própria saúde?

Conheça, abaixo, 10 tipos de meditação e veja qual deles se afina ao seu estilo de vida:

1. Mindfulness

Traduzido como “atenção plena”, o mindfulness consiste num treinamento para fortalecer o foco no momento presente. Para tanto, os praticantes tomam contato com pensamentos, sensações corporais, emoções e sons sem reagir a eles de maneira automática. Assim, vão conseguindo equilibrar o emocional e fazer escolhas mais conscientes no dia a dia.

2.Meditação guiada

Esta é uma ótima opção para iniciantes. As músicas ou narrações que se prestam a conduzir a prática costumam ser bastante apaziguadoras. Como bálsamos, elas orientam o praticante a modular a respiração ou relaxar, por exemplo. Podem ser encontradas com facilidade no Youtube ou em aplicativos de meditação.

3.Mantras

Esse tipo de meditação agrada aos ouvidos musicais. Embora venha do hinduísmo, não está necessariamente relacionado às práticas religiosas. De maneira geral, consiste na repetição de uma palavra ou sílabas, o que produz efeito relaxante e induz ao estado meditativo. Por exemplo, “Om mani padme hum”. São bastante populares na prática de yoga.

4.Zazen

O Zazen pode ser traduzido como “meditação sentada” e está ligado às escolas japonesas de zen-budismo, uma vertente da religião. Ele propicia um estado meditativo profundo e sutil, além de levar o praticante a tornar-se consciente de si mesmo e íntimo do silêncio.

5.Yoga

Criada na Índia, esta prática milenar une posturas físicas, exercícios respiratórios e meditação de maneira a alinhar corpo e mente, entendidos como uma só entidade. Possui diversas vertentes, como hatha, raja, ashtanga, kundalini etc. Quem quiser se aprofundar, pode ainda estudar seus conceitos filosóficos, éticos e espirituais.

6.Vipassana

Essa disciplina, que significa “ver as coisas como elas realmente são”, está ligada à tradição Theravada, outra vertente do budismo. Assim como outros tipos de meditação, seu foco está no controle e reconhecimento da respiração como forma de estabilizar a mente.

7.Taoísta

Ligada ao Taoismo, religião que cultiva o relacionamento entre o homem e a natureza, essa meditação busca a quietude interior e a autonomia em relação às interferências externas. São harmonizados corpo, coração e respiração, o que favorece a circulação energética. É fonte de longevidade e saúde.

8.Autoquestionamento

“Quem sou eu?”. Uma das perguntas-chave dos buscadores espirituais.  Pois nesta meditação, cujo nome é uma tradução do termo em sânscrito atma vichara, o praticante envereda por uma investigação profunda de seus propósitos e motivações íntimas.

9.Transcendental

Criada por Maharishi Mahesh Yogi, essa meditação é uma variação dos mantras. Com o auxílio de um professor credenciado pela Associação Internacional de Meditação (SIM), o praticante aprende a atingir um estado de “repouso em alerta” que reduz a agitação mental e a ansiedade. Também se mostra uma jornada de autoconhecimento e evolução.

10.Metta Bhavana

Conhecida como a meditação do amor incondicional, ela tem origem Theravada e Tibetana, e é ideal para quem deseja cultivar e propagar amor e compaixão; benevolência e boa vontade. Esses sentimentos benignos são gerados na mente do praticante por meio de pensamentos positivos sobre si próprio, sobre pessoas queridas, conhecidos e, sobretudo, indivíduos difíceis de se lidar.



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