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“Larguei tudo para viajar”

Marcia Reis, 60 anos. Atualmente passando uma longa temporada em Dublin, na Irlanda, conta a história de como resolveu largar tudo para realizar o sonho de viajar o mundo.

Se aposentou aos 51 anos e, com a vida reorganizada, se viu em um mar de incertezas. Aos 56, decidiu romper com a rotina e embarcar em uma viagem sem data para retorno. “A gente costuma ouvir que os filhos crescem e seguem suas vidas,” reflete Marcia. “Como a maioria das mulheres da minha idade, eu sempre fui ativa e, ao me aposentar, me vi perdida. ‘E agora? O que eu gosto? Para onde eu vou?'”

 No início, a nova liberdade parecia um presente. Livre de trabalho, responsabilidades e compromissos domésticos, Marcia experimentou uma sensação de alívio. Mas essa sensação logo deu lugar ao vazio. As crises de ansiedade e a solidão começaram a aparecer, levando-a a visitar vários médicos em busca de respostas. Foi então que, em uma conversa com uma amiga, surgiu a ideia de viajar sem um prazo de retorno. Ela procurou uma agência de viagens e, ao ver o custo de um mês em uma praia do Nordeste, teve a dura realidade: “Além de deprimida, eu descobri que também era pobre!”

 Decidida a não desistir, Marcia começou a explorar alternativas mais econômicas e encontrou o mundo dos mochileiros. Inspirada por uma mochileira de 50+, ela elaborou um plano e, pela primeira vez, encontrou um propósito. Em dezembro de 2018, Marcia começou a viajar e não parou mais. Aos 56 anos, ela descobriu o Booking.com, o BláblaCar e o custo-benefício dos hostels. “A sensação de liberdade foi tão intensa que eu não consegui mais parar.” 

Para financiar suas viagens, Marcia vendeu móveis antigos, roupas e objetos que não usava mais. A cada viagem, ela se despedia de coisas desnecessárias, percebendo que o essencial cabia em uma mochila. Marcia não namora e não sente falta disso; ela se sente completa sozinha. Durante suas viagens, Marcia enfrentou alguns perrengues notáveis. Em Bruxelas, mesmo com a reserva confirmada, foi impedida de ficar em um hostel porque o local não aceitava hóspedes maiores de 40 anos. Em uma cidade da Itália, também se viu sem lugar para ficar, enfrentando situações inesperadas. Foi criticada por muitos devido à falta de planejamento, mas não se deixou abalar pelas críticas. “O que importa é a experiência,” diz ela, firme em sua escolha de viver a vida do seu jeito. 

Nem todas as viagens seguem um roteiro fixo. No Brasil, Marcia lista lugares que deseja conhecer e deixa as aventuras acontecerem espontaneamente. Ela compartilha cada experiência com seus milhares de seguidores, que adoram acompanhar suas jornadas. Com o tempo, Marcia aprendeu a valorizar mais o que tem em casa. “Às vezes, a saudade de casa supera a alegria de estar em outro lugar.” O que antes era deslumbrante começou a se tornar apenas “bonitinho”. A logística das viagens pesava e, quando a mochila ficava mais pesada, era um sinal de que era hora de voltar. 

Na Irlanda há mais de quatro meses, Marcia já tem um novo compromisso em setembro: um passeio de balão na Turquia para celebrar seu aniversário.

Fique por dentro das aventuras de Marcia, pelo instagram @coroamochileira

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